OS LUGARES

SÃO LEONARDO MURIALDO

Lugares


São Leonardo

  • Collegio degli Artigianelli
  • Chiesa di Santa Barbara
  • Casa Natale del Murialdo
  • Chiesa di San Dalmazzo
  • Chiesa di Santa Chiara
  • Santuario della Consolata
  • Chiesa della Visitazione
  • Oratorio San Luigi
  • Villa Murialdo
  • Università
  • Casa famiglia per giovani operai e per studenti
  • Tomba della Famiglia Murialdo
  • Chiesa di Nostra Signora della Salute
  • Oratorio San Martino
  • Corso Palestro, 14 – Torino

O Colégio dos Artigianelli de Turim foi fundado pelo Padre João Cocchi (1813-1895) que, em fins de 1849 começou a reunir alguns meninos pobres e abandonados. O colégio ocupou sucessivamente diversos locais, até chegar à sede definitiva (em março de 1863), Corso Palestro 14, quando já era reitor o Padre Pedro José Berizzi (1824-1873).

O nome  “Artigianelli”, escolhido pelo Padre Cocchi, referia-se à formação profissional que o instituto assegurava aos seus jovens como: carpinteiros, sapateiros, costureiros, tipógrafos, a, ferreiros e pintores, torneiros de ferro.

Em 1866 Berizzi foi convocado para a sua diocese de origem (Biela) e Murialdo o substituiu na direção, assumindo o cuidado daqueles meninos pobres e abandonados que nos anos de sua gestão eram aproximadamente de 180-200.

O Colégio dos Artigianelli tem para os Josefinos e para toda a Família de Murialdo um valor único e inestimável porque aqui viveu Murialdo por 33 anos e aqui fundou a Congregação de São José. É a Casa Mãe da congregação, cheia de lembranças de São Leonardo, do Padre Reffo, do Padre Costantino e de outros pioneiros josefinos.

A visita começa no átrio da entrada, no qual domina o busto do Pe. Cocchi, fundador do colégio. O pórtico que se abre para o pátio, oferece uma ideia de como era o colégio no tempo de Murialdo: a única ala construída era a que se limita com a Rua Corso Palestro. Nos outros lados do pátio havia galpões ou outras construções muito precárias usadas como depósito e, às vezes, laboratório.

Os bustos de mármore do Padre Murialdo,  Reffo e Costantino se destacam na entrada do pátio.

Subindo ao primeiro andar, pode-se visitar a Mostra-Museu sobre a vida e a figura de São Leonardo Murialdo, dentro da qual se conserva o quarto do “Reitor”, praticamente intacto, também na mobília.

No segundo andar se conserva a Capela de São José na qual no dia 19 de março de 1873 foi fundada a congregação. 
A capela, verdadeiro coração da jovem congregação, foi sucessivamente aumentada de tamanho e adornada com pinturas e trabalhos de entalhe, testemunho do alto nível artístico a que chegara a escola de pintura, escultura e marcenaria do  Colégio dos Artigianelli.

A decoração comomeçou com o Irmão religioso josefino, João Massoglia, que pintou os anjos que sustentam os emblemas da congregação, as velas das lunetas e toda a decoração ao redor.

Ele, porém, veio a falecer antes de concluir a obra, completada só depois pelo pintor Pedro Favaro em 1973 por ocasião do centenário da congregação.

O altar tinha originariamente na frente um quadro de São José, em forma oval, que hoje se encontra em Roma na casa geral dos  Josefinos. O retábulo atual com São José no trono é igualmente do Reffo: remonta ao ano de 1892 e foi completado em 1894.

O altar é um é um trabalho muito elaborado, de entalhe e de encaixe, obra de Massoglia e seus alunos. O estrado é um mosaico com o fundo cor de noz, com encaixes de mais de trinta qualidades de madeira escolhida. Toda a obra (altar e suporte) foi admirada e premiada na Exposição Nacional de Turim em 1884.

Os artísticos vitrais do pintor Pedro Dalle Ceste foram feitos também estes por ocasião do centenário da congregação em 1973. Representam a fundação da congregação (na sacristia).

Naquela que hoje é uma sacristia e que nos tempos de Murialdo era o “presbitério” da primeira capela da Imacuada (aquela dos meninos), foi reposto o altar no qual tantas vezes, Padre Reffo e Padre Costantino celebraram a missa para seus jovens.

Voltando ao primeiro andar, pode-se visitar a ala que percorre a rua Juvarre, construída a partir de 1910. Aí se encontra a capela da Imacuada, projetada pelo Irmão João Massoglia. O altar de mármore, também de Massoglia, foi inaugurado em 1916, por ocasião das bodas de ouro sacerdotais do Padre Eugênio Reffo. O retábulo do altar, representando a Imaculada, foi pintado por Henrique Reffo em 1915.

Nos lados do presbitério estão as estátuas do Sagrado Coração e de São José, obra do escultor Anacleto Barbieri, da Escola Reffo (1929).

No fundo da igreja, à esquerda, sobre uma coluna se vê o busto do Padre Cocchi, fundador do colégio. Seus ossos, exumados do Cemitério Geral de Turim, foram trazidos aqui no dia 13 de maio de 1917.

No andar inferior à capela da Imaculada encontra-se o Teatro, dedicado ao Padre Cocchi e inaugurado em 1913 por ocasião do aniversário de seu nascimento. A Companhia Fiaschi fez aqui muitos teatros que muito engraneceram a tradição teatral dos Artigianelli, graças, sobretudo, às comédias e às peças de um só ato do Padre Eugênio Reffo e aos cenário pintados por seu irmão, o pintor Henrique.

  • Via Assarotti, angolo Via Bertola – Torino

La chiesa di Santa Barbara, come anche il Collegio Artigianelli, sorge all’interno di quella zona della città prima occupata dalla Cittadella, fortezza militare assai imponente, costruita nel sec. XVI e definitivamente abbattuta (eccetto il Mastio) nel 1856-1857 per far posto alla crescita urbana verso sud-ovest. 

Dentro la Cittadella c’era una chiesa dedicata a Santa Barbara, patrona degli artificieri e degli artiglieri. L’attuale chiesa, costruita tra il 1867 e il 1869, sostituisce appunto quella che fu abbattuta insieme alla Cittadella militare di cui faceva parte. E’ opera bizantineggiante dell’architetto Pietro Carrera. 

E’ la parrocchia nel cui territorio si trova il Collegio Artigianelli. Qui si celebrarono i funerali del Murialdo, il 1° aprile 1900. Una folla grandissima sfilò in corteo e si riversò poi in chiesa, riempiendola fino all’inverosimile. Molti accompagnarono la salma fino al Cimitero Generale (o Monumentale) di Torino, assistendo alla sua sepoltura nella tomba di famiglia. 

Il Murialdo celebrò spesso la messa in questa chiesa. Il sacrestano affermò di non aver mai visto un prete «che prima e dopo la celebrazione della messa facesse preghiere così lunghe». 

A destra di chi entra si trova l’altare della Madonna di Pompei. Il quadro della Madonna del Rosario (1894) è di Enrico Reffo. L’altare fu disegnato e scolpito dal confratello laico giuseppino Giovanni Massoglia. 

L’altare seguente conserva una reliquia di san Leonardo, l’omero sinistro, che la congregazione ha voluto donare alla chiesa in segno di riconoscenza per aver custodito le spoglie del fondatore dal 1917 al 1971.

Dopo la porta dell’ingresso laterale si vede la parte superiore del monumento sepolcrale del Murialdo, innalzato nel 1926. Il disegno è di Anacleto Barbieri (Scuola Reffo), l’esecuzione del prof. Bosco. L’edicola sorretta da colonne e da mensole era già stata collocata sulla tomba del Murialdo al Cimitero Monumentale di Torino, insieme al busto del Murialdo che ora sta al centro del porticato del Collegio Artigianelli. Questo che si trova qui in Santa Barbara è una copia eseguita dal confratello Massoglia. 

I due bassorilievi laterali ricordano l’attività del santo tra i ragazzi poveri e abbandonati. Ai piedi del monumento c’era il sarcofago, che ora si conserva, vuoto, nel Collegio Artigianelli. 

Il 6 giugno 1971 le spoglie del Murialdo furono trasferite al santuario di Nostra Signora della Salute.

In fondo alla navata destra, chiusa da una porta, si trova la cappella della Madonna della Misericordia. Essa ricorda l’apparizione della Madonna al contadino Antonio Botta, avvenuta a pochi km da Savona, il 18 marzo 1536, nel luogo in cui oggi sorge il santuario caro al Murialdo per avervi varie volte pregato durante la sua permanenza nel collegio dei Padri delle Scuole Pie. Il Murialdo si tratteneva spesso per la preparazione e il ringraziamento della messa in questa cappella che gli ricordava il santuario di Savona e che portava un titolo mariano caro al suo cuore e vicino alla sua esperienza spirituale. 

Passando ora alla navata sinistra, di fronte all’ingresso della sacrestia si incontra il luogo della prima sepoltura del Murialdo in questa chiesa (1917). Fu approntato un loculo sotto il pavimento, chiuso da una lapide, ancora oggi visibile, con la scritta “Hic ossa sacerdotis Leonardi Murialdo”. In seguito la tomba fu ornata con una cancellata di legno e con l’edicola ed il busto che già si trovavano presso la sepoltura di famiglia al Cimitero Generale e che ancora oggi abbelliscono il monumento funebre del 1926. 

Avviandosi verso l’uscita (porta principale) si passa davanti all’altare del Sacro Cuore, il primo della navata sinistra per chi entra in chiesa. La pala d’altare (1888) è opera di Enrico Reffo. Marmi, altare e balaustre sono di Giovanni Massoglia.

  • Via Garibaldi, 31 – Torino

Murialdo nasceu no dia 26 de outubro de 1828 num prédio na esquina da rua Via Garibaldi e da rua Stampatori. O nome Garibald foi dado à rua somente em 1882, depois da morte do general dos Mille. Antes se chamava Dora Grossa.

O apartamento da família Murialdo encontrava-se no terceiro andar. Algumas janelas abriam-se para a rua Stampatori e outras para Via Dora Grossa. Por razões de visibilidade a lápide que recorda o nascimento de Murialdo foi afixada no alto do primeiro andar.

O prédio São Martinho da Motta (depois Balbo Bertone de Sambuy), do século XVlll no qual se encontrava a moradia de Murialdo, dá para a rua Garibaldi com os números 31 e 33. Podia-se ter acesso ao apartamento n. 31 pela rua Dora Grossa, mas, geralmente, Murialdo utilizava o acesso da rua Stampatori, n. 10, agora não mais numerado, porque fechado e ocupado por uma loja.

O apartamento dos Murialdo era amplo e elegante. No testamento deixado pelo pai de Nadino são nomeados ao menos 12 ambientes diferentes: o átrio de entrada, sala de acolhida, duas salas de estar, refeitório, cozinha, esritório, corredor e quatro quartos para dormir. Além disso havia dois sótãos e um porão bem sortido. Deve-se ter presente que a família Murildo era numerosa: pai, mãe, seis filhas (uma falecida ainda criança) e dois filhos.

Na infância Murialdo perdeu o pai no dia 15 de junho de 1833, com 56 anos, quando Leonardo nem tinha cinco anos e a irmã mais pequena, a última da família, tinha dois para três anos.

Desta casa Leonardo e Ernesto partiram para o colégio de Savona, na tarde do dia 26 de outubro de 1836. Não regressaram mais para Turim a não ser no verão de 1843.

Daqui partiram também suas irmãs, quando se casaram, até que  Ernesto e Leonardo, tendo ficado sozinhos em casa, em 1858 se transferiram em outros apartamentos, conforme os anos, na praça Maria Teresa, rua Cavour, rua Pó.

Nesse ínterim nesta casa tinha falecido a mãe Teresa, no dia 9 de julho do 1849, sem poder ver a ordenação sacerdotal de Nadino, que naquele tempo tinha apenas completado o quarto dos cinco anos do curso teológico.

  • Via Garibaldi, angolo Via delle Orfane – Torino

Construída em 1530 no lugar de uma igreja medieval e depois mais vezes restaurada e embelezada nos anos setecentos e oitocentos.

O interior da igreja, como se apresenta hoje, não corresponde totalmente com aquela do tempo de Murialdo, por causa das modificações que sofreu entre 1.800 e 1.900. São Leonardo descreve esta igreja no seu Testamento espiritual referindo-se à sua juventude e lembrando seu batismo (1827), da primeira confissão, da confissão depois da volta de Savona (1843), da homilia que o orientou para a vocação sacerdotal (em fins de (1843), de sua primeira missa (1851).

Eis como Murialdo recorda a sua igreja  paroquial, quase como forma de oração.

«Entro em vosso templo, meu Deus! Que impressão de paz e de amor! Com efeito, aqui tudo me fala de amor... deste amor que tivestes e que ainda tendes para comigo, e deste amor que eu vos devo».

Logo na entrada, à direita, tem a fonte batismal, onde Murialdo foi batizado na tarde de 27 de outubro de 1828. Uma lápide lembra o evento.
«Eis a fonte sagrada onde vosso amor me deu a inocência e me adotou por vosso filho, pelo Santo Batismo».

Continuando na nave direita, Murialdo lembra o confessionário onde aconteceu sua primeira confissão e, sobretudo, a confissão de seu retorno a Deus (setembro de 1843), depois da crise que tinha atravessado no último ano transcorrido em Savona.

«Adianto-me alguns passos e vejo o Tribunal sagrado, onde, pelo vosso ministro, o Padre Pullini, vós me devolvestes uma primeira vez a pureza e a paz do coração, na minha infância: mas, sobretudo quando em 1843, de regresso do Colégio de Savona, verdadeiro filho  pródigo, carregado de mil pecados, vim confessar-vos: Pai, pequei contra o céu e contra vós; então, à minha oração abristes vosso coração paterno, escutastes a súplica e tomastes novamente posse de uma alma destinada a ser vosso templo, mas que por longo tempo havia sido morada dos demônios. Oh! Como vossa misericórdia infinita se tornou então sensível!».

«Mais adiante, o púlpito sagrado. Foi lá, ao pé dele, que vós, pela primeira vez, me fizestes ouvir o chamado à vida religiosa. O medo do inferno, o respeito humano que, no colégio, me haviam arrastado para os caminhos da perdição eterna, foram os meios com os quais me atraístes para vós. Pensava que, se eu estivesse longe do mundo, eu não teria mais tido respeito humano. Meu primeiro pensamento foi de pedir para ser capuchinho. Mas fui dissuadido pelo cônego Rinaldi, que me propôs que abraçasse o estado clerical, onde não teria a temer o respeito humano mais que entre os capuchinhos». O “respeito humano” do qual fala Murialdo é o temor que ele sentia diante de seus colegas de Savona, que caçoavam dele por causa de sua bondade e de sua aplicação. Ele ficou tão condicionado que entrou em crise e piorou seu comportamento.

Seguindo a cronologia que nos fornece o próprio Murialdo, pode-se avançar a hipótese que a homilia ouvida, debaixo do «sagrado púlpito», aquela em que ele «pela primeira vez», motivado pelo «temor do inferno», sentiu o «chamado à vida religiosa», tenha acontecido pelo final do ano de 1843.

Para São Leonardo Murialdo foi o início da vocação: primeiro a sacerdotal, depois a religiosa. O púlpito, na sua forma atual e na sua localização, remonta aos grandes trabalhos que a partir de 1885 e até o início de 1900, transformaram radicalmente a igreja de São Dalmazo.

Nos tempos de Murialdo, o púlpito se encontrava mais adiante, apoiado no pilar do transepto.

Na igreja de São Dalmazo há um outro lugar “murialdino”: é a capela de Nossa Senhora de Loreto, à esquerda do altar mor. É um lugar que Murialdo recordava um período dramático do ponto de vista psicológico, logo depois da decisão de ser padre. Precisamente por ser fiel ao caminho que tinha apenas iniciado, Leonardo tinha intensificado seu empenho espiritual e ascético, enquanto, talvez, ia crescendo nele o sentido do pecado por causa dos que cometera e ainda mais por ter “abandonado” a Deus durante a crise de Savona. As leituras espirituais de então, todas centralizadas na morte, na eternidade e sobre o medo do inferno lhe causaram, provavelmente, um estado de ansiedade e de angústia que o levou a uma grave depressão nervosa. A invocação de Maria, naquela igreja, lhe trouxe a libertação.

Mas a igreja de São Dalmazo guarda, talvez, a lembrança mais bonita da vida de São Leonardo: a sua primeira missa. «No dia 21 de setembro de 1851, festa de São Mateus, tive a glória e a felicidade de celebrar minha primeira Missa na igreja de São Dalmazo. Como eu estava feliz! Mas entre os parentes faltava minha mãe. Ela tinha ido para o céu no dia 9 de julho de 1849».

«Naquele dia feliz, meu Deus, vós me destes a graça de um abandono absoluto em vós. Estava livre dos prazeres do mundo, era todo vosso!».

Voltando ao centro da igreja, podem-se admirar as paredes do transepto e da nave central, decoradas a encáustica com fundo dourado por Henrique Reffo que quis representar uma longa fila de Santos, homens e mulheres, que converge para o presbitério. No transepto, o altar à direita, dedicado a São Paulo, está adornado por pinturas, sempre de Reffo, que representam o Apóstolo, São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales e outros Santos, Santo Antônio Maria Zaccaria, fundador dos Barnabitas, no passado protetores da igreja; santo Antônio está de sobrepeliz e estola, ajoelhado, apontando a Eucaristia. À direita, também este de joelhos, com paramentos episcopais, se encontra um barnabita: Santo Alexandre Sauli. De Reffo e de sua escola são também os quatro evangelistas da moldura de vidro que está acima do altar, e, em geral toda a decoração da igreja.

Reffo deixou seu autorretrato  no transepto esquerdo, entre os “Santos discípulos do Senhor”: é o terceiro da esquerda; sua imagem aparece acima da cabeça de um homem inclinado de costas nuas.

Perto da saída, note-se, na nave esquerda (à direita de quem sai), a última capela com três pinturas de Reffo, inclusive a do centro, do Sagrado Coração, de 1881, e a grade construída no Colégio dos Artigianelli, que deixou a assinatura de autoria: “Colégio dos Artigianelli, Turim 1882”.

Imediatamente depois, encostada à parede, se encontra o busto de Henrique Reffo.

  • Via delle Orfane, angolo Via Santa Chiara – Torino

A pequena igreja de Santa Clara, contígua ao mosteiro das Clarissas, foi construída em 1745 por Bernardo Vittone. Depois das Clarissas seguiram-se em 1824 as Irmãs da Visitação. Agora o mosteiro e a igreja não pertencem mais a congregações religiosas.

Murialdo fala desta igreja no seu Testamento espiritual. Ele a chama “igreja de Santa Clara”, mas também “igreja da Visitação”, porque ela pertenceu outrora às Irmãs da Visitação, também se mais propriamente este era o nome de um outro prédio sacro, aquele em que foi ordenado sacerdote.

«Quanto amo a pequena igreja da Visitação! No dia 6 de novembro de 1845, festa de São Leonardo, tive a alegria e a honra de vestir a batina abençoada pelo Padre Pullini na igreja de Santa Clara, contígua ao convento das religiosas da Visitação, das quais o Padre era o espiritual. Toda a família, minha mãe por primeira, estavam presentes. Ninguém, a não ser meu confessor, o Padre Pullini, sabia do meu triste passado».

Mas a crise de Savona tinha sido já superada e Leonardo já tinha feito a experiência de «Deus infinitamente bom, infinitamente misericordioso» que tinha perdoado seu precedente abandono e até o tinha escolhido «para a mais sublime, a mais divina vocação, para a vida sacerdotal».

Parece que Murialdo se tenha enganado em colocar a vestição no dia 6 de novembro. Com efeito, os documentos oficiais, conservados, seja no arquivo da arquidiocese de Turim, seja na Casa Geral de Roma, referem que a função aconteceu no dia seguinte, sexta-feira, 7 de novembro.

Seja como for, depois da vestição, Murialdo estava  pronto para começar os cursos de Teologia na Universidade.

  • Piazza della Consolata – Torino

É a igreja mais conhecida e amada pelos turineses. A fachada, neoclássica, é de 1860, mas a igreja tem uma história muito mais antiga.

De acordo com a tradição, o quadro de Nossa Senhora que se venera no altar mor pertencia à velha igreja de Santo André, agora em ruínas. Perdito entre os escombros do prédio, foi encontrado por um cego de Briançon (Jean Ravache) no dia 20 de junho de 1104. A “redescoberta” marcou o começo da construção, no mesmo lugar, de uma igreja nova, de estilo românico (sobrou a torre), depois substituída pelo Santuário atual de estilo baroco, iniciado por Guarino Guarini em 1678 e terminado nas linhas essenciais vinte anos depois de sua morte, em 1703. A cúpula foi terminada em 1717. O altar mor é de Filipe Juvarra (1729). O interior sofreu ulteriores e importantes modificações entre o término de 1800 e início de 1900.

O parte interna é ao mesmo tempo complexa e harmoniosa, sendo formado na prática por três igrejas contíguas e comunicantes. Logo ao entrar nos encontramos na igreja de Santo André. Conserva a configurção elíptica projetada por Guarino Guarini. O altar mor está à esquerda: pode-se admirar a pintura do martírio de Santo André, do Reffo (1904).

O altar de São José Cafasso é ornado por um quadro de Luiz Guglielmino, enquanto que a urna de bronze que guarda as relíquias do Santo é obra de Anacleto Barbieri (ambos pertenciam à Escola Reffo).

Com razão o Cafasso está sepultado nesta igreja, coração religioso de Turim; ele teve uma função bem importante  na formação espiritual e pastoral de tantas gerações de sacerdotes, seus alunos no Internato Eclesiástico de São Francisco do qual foi reitor de 1848 até 1860, ano da morte. Aquele internato continuou depois aqui na Consolata, sob a direção do beato José Alamano, fundador dos missionários e missionárias da Consolata.

Alguns degraus e uma grade levam o visitante para o verdadeiro e próprio Santuário da Consoata (Nossa Senhora Consoladora), de forma exagonal, projetado por Guarini no século XVII e ampliado em 1899 com as quatro capelas ovais que o circundam.

O grandioso altar de Felipe Juvarra forma uma moldura e soergue o quadro do Nossa Senhora Consoadora (Consoladora dos aflitos), óleo sobre linho, que remonta ao fim do século XV, imitação do ícone de Santa Maria del Popolo em Roma (Piazza del Popolo).

Enquanto nos encaminhamos para a saída, nota-se à esquerda a capela de Nossa Senhora das Graças, um pouco abaixo do nível da capela de Santo André. Aqui, entre as ruínas do antigo edefício sacro, segundo a tradição, teria sido encontrada a imagem de Nossa Senhora pelo cego de Briançon no dia 20 de junho de 1104.

O Padre Reffo conta que a mãe de Leonardo era muito devota da Consolata e tinha doado seus diamantes ao Santuário. À Consolata depois ela confiou seus dois filhos, Ernesto e Nadino, antes de sua partida (1836) para o colégio de Savona.

A lembrança dessa “entrega” está presente também no Testamento espiritual de Murialdo; por isso ele se sente agradecido a Nossa Senhora, cuja proteção se fez sentir durante a crise de juventude em Savona.

Como sacerdote e depois Reitor do Colégio dos Artigianelli, participou na Consolata de muitas manifestações religiosas, em primeiro lugar, a festa litúrgica, com a solene procissão, no dia 20 de junho.

Na entrada desta igreja ele veio muitas vezes pedir esmola para seus meninos do Colégio dos Artigianelli. Esteve também nas portas de outras igrejas, especialmente na Quaresma, e era um gesto que custava muito a alguém que, como ele, fazia parte de uma família rica e bem conhecida na cidade.

A devoção de Murialdo à Consolata se evidenciou em partilcular por ocasião da fundação da Congregação. Ele quis que se celebrasse uma série de missas no Santuário para que Nossa Senhora protegesse o grupo de religiosos que estava por nascer. No dia 19 de março de 1873, de manhã, aconteceu a fundação. À tarde, os primeiros seis josefinos e os primeiros dois noviços foram na Consolata agradecer a Nossa Senhora.

De resto a mesma ideia central de Murialdo sobre a devoção a Nossa Senhora, invocada como medianeira de todo o dom e de toda graça que vem de Deus, encontrava um de seus fundamentos exatamente na oração litúrgica da festa da Consolata, aprovada por Leão Xlll em 1885: «Ó Senhor nosso Jesus Cristo, que com inefável providência dispusestes que nós obtivéssemos  todas as graças por meio de vossa Mãe Maria, concedei-nos propício que sempre sejamos assistidos pela ajuda e pela proteção daquela que solenemente honramos sob o título muito suave de Consoladora».

Cada sábado ele ia rezar no Santuário e desejava que os confrades de Turim, podendo, também fossem; os de outras casas os exortava a visitar «a cara Mãe de todas as consolações» por ocasião de suas idas a Turim.

Saindo da igreja, observa-se, à direita , a coluna de granito tendo no alto a estátua de Nossa Senhora. Trata-se de um voto dos turineses à Nossa Senhora, quando a cidade foi poupada da cólera morbo de 1835 que se havia difundido em muitas outras partes do reino de Sardenha.

No jardinzinho adjacente à parede esquerda do Santuário conserva-se um pilarzinho com a imagem da Consolata. Era um dos tantos sinais de agradecimento por ocasião da linha de combate que ameaçou o assédio dos franceses em 1706, por sorte sem efeito.Outros pilarzinhos deste tipo estão conservados na igreja de Nossa Senhora della Salute.

Próximo ao cruzamento da rua da Consolata e a rua Giulio, vê-se no ângulo norte-ocidental o resto de uma muralha romana descoberta em 1884.

  • Via XX Settembre, angolo Via Arcivescovado – Torino

É uma obra prima de Francisco Anfranchi, que a construiu na segunda metade de 1.600 para as Irmãs da Visitação cujo convento estava ao lado. As Irmãs depois foram expulsas pelos franceses em 1802, depois da supressão das ordens religiosas. Mais tarde o convento passou para os Padres da Missão, fundados por São Vicente de Paulo que continuam aí até os dias de hoje.

Na capela da direita uma lápide recorda que esta igreja está ligada à memoria da ordenação sacerdotal de Murialdo. A pintura (o Sagrado Coração invocado por São Vicente de Paulo, 1898) é de Luiz Guglielmino, aluno de Reffo.

Durante a teologia Murialdo frequentava esta igreja porque aqui estava a sede da Companhia de Santo Tomás de Aquino, da qual ele fazia parte. Esta reunia muitos clérigos e sacerdotes (uma centena ou até mais), com objetivos culturais e religiosos. Os participantes se reuniam todo domingo, das 7,30 às 8,30, para a oração, a leitura espiritual e uma palestra feita pelo diretor.

Nessa mesma Casa da Missão e na igreja da Visitação foi instituída em 1852 a Academia bíblico-oratória. Murialdo, já sacerdote, tomava parte, às vezes, de suas reuniões semanais (nas quintas feiras) sob a direção de um conhecido sacerdote Lazarista, José Buroni. Estudava-se a Bíblia e se treinava uma homilia rica de sagrada Escritura e acessível ao povo. Também o Pe. Eugênio Reffo e Júlio Costantino tomaram parte, alguns anos depois, deste novo centro de formação e de cultivo sacerdotal.

Para este fim serviam as duas capelas internas da casa.

Portanto, aqui na Casa da Missão, Murialdo se preparou com os exercícios espirituais para a sua ordenação que não aconteceu nesta igreja, mas numa capela interna da casa. Ele foi ordenado subdiácono no dia 21 de setembro de 1850, depois diácono no dia 5 de abril de 1851 e enfim sacerdote no dia 20 de setembro de 1851.

No Testamento espiritual Murialdo lê a história da sua vocação como um dom grande  e inesperado da parte de Deus.

«O bom Deus, verdadeiramente bom para comigo, quase me forçou a receber as duas mais sublimes vocações que existem no mundo: a sacerdotal e a religiosa, para não falar da mais necessária, a de cristão.

Quanto à vocação sacerdotal, eu nunca havia pensado nisso!

Quando criança eu sonhava ser um dia oficial. No colégio, eu pensava em cursar Direito, porque alguns padres, pouco prudentes, me bajulavam que eu seria Ministro de Estado.

Durante o curso de Filosofia, eu me inclinava a estudar Matemática porque via que se aproximava a época da sorte para os engenheiros.

Todavia Deus escolheu a mim! Ele me chamou, até me forçou a essa honra, à glória, à felicidade inefável de ser seu ministro, de ser «um outro Cristo», de ser «depois de Deus, um Deus terreno».

  • Corso Vittorio Emanuele II, 13 – Torino

Na Avenida Vittorio Emanuele II, entre a rua Madama Cristina e rua Ormea, se encontra a igreja de São João Evangelista (San  Giovanni). A igreja foi construída entre 1877 e 1882 no estilo românico-lombardo por Eduardo Arbório Mela por iniciativa de Don Bosco. A pintura da bacia da ábside (imitando um mosaico bizantino), de Henrique Reffo, representa Jesus na cruz que olhando para Nossa Senhora confia-lhe João como filho. Ao pincel de Reffo se devem ainda os afrescos do presbitério referentes ao evangelista João, os medalhões nos quais estão pintados os bispos da Ásia Menor, mencionados no Apocalipse (seis na nave central e um na fachada interna, acima do órgão) e o quadro de São José (1882), que se encontra no segundo altar da nave à direita.

Aqui, no lugar agora ocupado pelo altar e pela ábside da igreja, se encontrava a sede do Oratório São Luiz, fundado por Don Bosco em 1847. Era o terceiro da cidade, depois daquele do Anjo da Guarda aberto pelo Padre Cocchi em 1840 e aquele de São Francisco de Sales, iniciado pelo mesmo Don Bosco em 1844.

Na direção se sucederam o Padre Jacinto Càrpano, Padre Pedro Ponte e depois Paulo Francisco Rossi, jovem sacerdote, coetâneo e amigo de  Leonardo Murialdo que o ajudou no catecismo dos meninos. Rossi, porém, morreu prematuramente no dia 5 de novembro de 1856 e por diversos meses o oratório não teve um sacerdote que assumisse sua direção. O continuador do mesmo foi o advogado Gaetano Bellingeri, «um leigo que tinha o coração de apóstolo», também ele coetâneo de Murialdo e colega no curso de filosofia (liceu).

O oratório seu abria suas portas aos domingos e oferecia à gurizada da periferia sul de Turim a possibilidade de participar da missa, de confessarse, de jogar, de aprender o catecismo, pois as próquias não tinham condições de ministrá-lo seja, muitas vezes, pela distância geográfica, mas, principalmene pelo desinteresse e demais problemas da juventude.

Desde os primeiros tempos a frequência era realmente grande: 450-500 meninos, segundo as fontes, e se custava acreditar, considerando o exíguo espaço de suas estruturas.

Murialdo começou a direção do oratório num domingo, dia 26 de julho de 1857. Na quaresma o oratório abria os portões diariamente além dos domingos.

Para muitos daqueles meninos, que não frequentavam as poucas escolas municipais, foi aberta uma escola primária que acolhia 70 a 90 meninos, de acordo com a época do ano.

Murialdo e os Leigos das Conferências de São Vicente arcavam com as despesas da construção, funcionamento da escola, salário dos professores, prêmios dos meninos, muitos dos quais eram ajudados também financeiramente com algum subsídio às famílias, no estilo da associação dos vicentinos.

De Valdocco vinham também, cada domingo, os clérigos salesianos, os quais se punham à disposição de Murialdo para a catequese e os jogos.

Para Murialdo o período mais florescente e intenso de São Luiz se encerrou em setembro de 1865 quando ele se ausentou para um  ano de estudo no seminário parisiense de São Sulpício, aprimorando assim com uma nova experiência seu ardor apostólico, que muito o ajudará em vista dos futuros compromissos em prol da juventude.

  • Strada Sant’Anna, 79 – Torino

O nome “sítio Murialdo” - em italiano “Villa Murialdo” - podia ser lido nos pilares da cancela nos tempos em que pertenceu aos descendentes da familia Murialdo, isto é, até o ano 2000. Antes se chamava “il Rubino”, nome dos antigos proprietários. Foi comprada por Franchino Murialdo, pai de Leonardo, eml 1824. Compreendia um terreno bastante grande com moradia e rústica, parreiral, propriedade de terra bastante grande, jardim e mato.

Com a morte de Franchino Murialdo, o sítio foi herdado pelos dois filhos homens, Ernesto e Leonardo, os quais, junto com a mãe, enquanto viva e as irmãs, aí passavam as férias de verão, ou períodos de convalescência de alguma doença.

A torrezinha que se destaca ao norte é de 1.800. A fachada (ao lado) é decorada com frisos, estilo liberty, que são posteriores aos tempos de São Leonardo. No primeiro andar a segunda janela partindo da esquerda é o quarto do Santo.

No andar térreo havia o refeitório, com uma linda mesa de biliar, a cozinha, uma outra sala com o cravo (piano) e a capela na qual Murialdo celebrava a missa.

O sítio foi a meta de vários passeios dos meninos do oratório São Luiz, São Martinho e do Colégio dos Artigianelli. Alguma vez também Don Bosco ali levou seus jovens.

Um compromisso programado cada ano no sítio era aquele da noite dos santos, com todos os familiares, para a récita do rosário em sufrágio dos próprios falecidos: um costume que ele cumpriu fielmente até que a saúde lhe permitiu, isto é, até quase o fim de sua vida.

A acolhida nesse sítio devia ser bem preparda e cordial; Murialdo aproveitava desta experiência para falar aos seus Josefinos da afabilidade e do espírito de família. Ele desejava que se criasse na comunidade um clima de alegria e de acolhida festiva, a fim de que não se encontrasse um prato a mais à mesa, mas, como se costumava dizer, sobretudo, um prato de “buona cera” (bela aparência): «no sítio, junto com a mãe, não se faziam grandes banquetes, mas se encontrava sempre um prato de “buona cera”.

  • Via Verdi, 8 – Torino

O prédio da Universidade, idealizado por Vitório Amedeo II, foi inaugurado em 1720. A fachada principal, em terracota, é a que dá para a rua Verde, obra de Filipe Juvarra. Muito artísticos o pátio com pórtico e o salão.

Murialdo começou o quinquênio teológico universitário no outono de 1845. As matérias do primeiro ano eram: Instituições teológicas (= teologia fundamental), Instituições bíblicas (= Introdução à Sagrada Escritura), Teologia moral, Teologia escolástico-dogmática, Sagrada Ecrittura. Havia depois lições especiais de moral, chamadas “conferências de de moral”. Outras matérias, embora importantes, não eram estudadas (História da Igreja, Patrologia, Teologia pastoral, Liturgia). Esta última era somente em parte substituída pelas reuniões da quinta-feira nas quais os alunos deviam participar: a assim chamada “escola de cerimônias”, que Leonardo seguia em Santa Maria de Piazza.

Precisamente naquele ano de 1845-46 começava a desaparecer o método tradicional do ensino ditado pelos professores, substituído aos poucos pelo uso de tratados impressos, dos quais os próprios docentes eram os autores. Era imposto por um decreto do magistrado da reforma, equivalente ao atual Ministro da educação.

Também aqui, como no curso de filosofia, funcionava o sistema dos “repetidores”. Durante a aula os alunos tomavam nota e depois, o “repetidor”, interrogava os alunos sobre a lição do dia anterior e em seguida resumia e tornava a explicar a última lição, que se devia aprender de cor.

Ao concluir o quinto ano, no dia 8 de maio de 1850, Murialdo conseguiu o nível máximo daquela escola, e passou a chamar-se Teólogo. Este título não consistia na discussão de uma tese redigida previamente, mas num exame sobre as várias disciplinas do currículo teológico. Na banca examinadora estava presente também o Ministro da Educação, que então era Cristóvão Mameli. Era uma honra, reservada aos dois melhores alunos de cada Faculdade.

Desde então ele passou a ser “teólogo”: um título que o distinguia dos outros alunos, chamados simplesmente Padres.

  • Piazza Santa Giulia, 4-8 – Torino

A Casa Família se encontrava ao lado da igreja de Santa Júlia, construída em estilo neogótico entre 1863 e 1866 com a participação determinante financeira da marquesa Júlia de Barolo. O projeto foi feito pelo engenheiro João Battista Ferrante, colaborador de Murialdo no oratório São Martinho e professor de desenho no Colégio dos Artigianelli.

A Casa família ocupava as construções que se encontram à direita da igreja (para quem olha a fachada), mais precisamente os numeros 4, 6, 8 da Praça Santa Júlia, na esquina com a rua  Balbo, da qual tinha também algumas portas de entrada. Não obstante as grandes transformações que sofreu em seguida, para ser adaptado para moradias e escritórios, o prédio da Casa família conserva ainda a lembrança de quem a tinha projetado e construído, o engenheiro Carlos Peretti, sobrinho de Murialdo.

Murialdo teve a ideia de uma Casa família para jovens operários quando de suas frequentes viagens na França. Pensou que essa instituição poderia ser fundada também na Itália, onde ainda não havia nenhuma similar.

Com a ajuda financeira do sobrinho Carlos Peretti, Murialdo ao lado da igreja de Santa Júlia abriu a Casa família em 1878. Nos anos sucessivos o edifício foi aos poucos ampliado.

A Casa família foi pensada antes de tudo para os jovens que tinham concluído sua formação professional no Colégio dos Artigianelli. Ao sair do Colégio lhes faltava uma família e, portanto, encontravam graves dificuldades para a sua alimentação e moradia. A Casa família era, porém, aberta também para outros jovens que vinham para Turim em busca de trabalho.

E mais, a Casa família era o último estágio de toda a obra assistencial do Colégio dos Artigianelli. Nem transcorrera um ano de sua abertura, os hóspedes eram já vinte e em breve chegaram a cinquenta. A Casa família lhes oferecia alimento, alojamento em quartos separados e possibiidade de lazer no tempo livre; oferecia roupa de cama, condições de lavar, passar ferro, costurar.

O custo da pensão, em 1886, era de 36 liras ao mês. Com um cálculo aproximado, pode-se dizer que naquele tempo o salário mensal de um jovem operário era de 55-65 liras. Pagada a pensão e feita alguma despesa para a indumentária, cada jovem hóspede podia economizar uma pequena quantia para seu futuro. Era uma maneira de encaminhar os jovens para uma vida independente e ao mesmo tempo dar-lhes uma assistência formativa e religiosa nos primeiros anos de inserção no mundo do trabalho.

Em 1881 a casa família foi aberta também para os estudantes, pelos mesmos motivos de ordem assistencial, educativa e religiosa. Mas a morte prematura (23 de dezembro de1883) do “financiador” (Carlos Peretti, que tinha apenas 38 anos) deixou Murialdo numa situação econômica muito difícil, já muito onerosa pelas dívidas do Colégio dos Artigianelli.

As deficuldades econômicas tornaram inviável a sobrevivência da Casa família: a dos estudantes foi fechada e reaberta mais vezes e por fim incorporada a dos operários.

Alguns projetos não puderam ser realizados (como um dormitório), mas a obra sobreviveu ainda, por alguns decênios até 1924.

  • Cimitero Generale Torino

O cemitério geral de Turim foi construído entre 1828 e 1829 num terreno doado pela marquesa Júlia de Barolo; o financiamento veio do marido, o marquês Tancredi Falletti de Barolo, que era prefeito de Turim e que contribuiu com uma soma de 300.000 liras (a prefeitura tinha contribuído com 10.000). Ampliações sucessivas aconteceram em 1841, 1866, 1883 e, obviamente, também em seguida.

Depois dos funerais celebrados na igreja de Santa Barbara (1° de abril de 1900), os restos mortais de Murialdo foram depostos na sepultura de família do Cemitério Geral de Turim (primeira ampliação, emiciclo, n. 133 bis).

Aqui começou a peregrinação dos confrades e de outras pessoas que tinham conhecido a santidade de Murialdo, como lembra o Padre Reffo: «Ergueu-se [...] primeiro um modesto e gracioso monumento com a epígrafe que lembra a fundação da Pia Sociedade [de São José]. Muitos dos nossos confrades continuam a visitá-lo, e caminham sobre aquele tapete verde tão caro para nós, para rezar pelas necessidades da congregação, e, ouso dizer, sempre com êxito.

Foram também uma vez os Missionários da Consolata, e recordo com orgulho filial que aquele homem venerando  que é o cônego José Alamano disse àquele glorioso grupo de apóstolos:  “Um dia  estes restos mortais sairão dessa sepultura para serem venerados!” Deus faça que sua palavra não seja um simples desejo, mas uma verdadeira profecia”.

O «modesto e gracioso monumento» do qual fala o Padre Reffo era um busto de mármore de Murialdo sobre duas colunas: o monumento em seu conjunto tinha sido esboçado pelo confrade João Massoglia, e esculpido pelo escultor José Cerini. Os restos mortais de São Leonardo Murialdo juntamente com o monumento e sua lápide foram transferidos em 1917 para Santa Bárbara.

Sempre no interior da “primeira ampliação” há outros túmulos de parentes de Murialdo. Aqui, porém, nos limitamos a fixar nossa atenção para a lápide que lembra a mãe de São Leonardo, Teresa Rho (1794-1849). O texto foi redigido pelo próprio Leonardo. A sepultura é subterrânea, conforme informa a lápide.

Voltando ao “cemitério primitivo (de forma octogonal), na parte  “sul”, região “C”, pode-se visitar a sepultura da Congregação de São José: uma capela mortuária de estilo semelhante ao gótico com portal de mármore e muros perimetrais de tijolo à vista.

  • Via Vibò, 24 – Torino

O Bairro Vittoria, em que se encontra o santuário, lembra a vitória do exército do Piemonte e da Áustria contra os franceses durante o assédio de Turim em 1706 (guerra da sucessão espanhola). O assédio tinha ameaçado seriamente a cidade e isto induziu o duque Vitório Amedeo II a prometer a costrução de uma igreja a Nossa Senhora na colina de Superga caso acontecesse a libertação (a Basílica de Superga é precisamente o cumprimento daquele voto).

Campo de batalha foi, sobretudo, a região de Lucento e do atual Bairro Vittoria. A expansão da cidade nesta direção cresceu no final de 800. Quando se tratou de construir ali uma igreja, se pensou em dedicá-la a Nossa Senhora da “Saúde”, mais do que saúde, salvadora da pátria. Mas se quis também recordá-la como “Saúde dos enfermos”, título com o qual fora invocada durante a cólera morbo “asiática” que em 1835 tinha contaminado Turim e em particular o bairro vizinho do Balon (Porta Palazzo). Uma nova onda da epidemia se tinha difundido na Itália em 1884, poupando, porém, o bairro que nascia e que deveria ser a sede da nova igreja.

A Congregação dos Josefinos era bem representada no comitê que tratava da construção. Tomavam parte Irmão João Massoglia, pintor, escultor e arquiteto, e Padre Reffo com o pintor Henrique, seu irmão.

A construção prosseguiu com dificuldade, seja de ordem técnica como de ordem financeira. No dia 15 de junho de 1890 foi aberta uma primeira capela provisória e cinco anos depois, no dia 21 de maio de 1895 se colocou a pedra fundamental da imponente construção (o projeto era do engenheiro Angelo Reycend). Em 1903 foi aberta parcialmente ao culto, mas o reitor da igreja, Monsenhor Carlos Giaume morreu em 1929 sem ver completado o “seu” Santuário. Tinha, porém, conseguido repassar todo o complexo, inclusive as dívidas, aos Josefinos, que se tornaram proprietários em 1927.

Com a chegada dos Josefinos foi dinamizado também o  oratório, que fora aberto por Giaume. Chamou-se “Oratório São Martinho”, continuação ideal daquele que dependia do Colégio dos Artigianelli e que, do Bairro Dora, tinha acabado na rua Aosta n. 4; e, por fim, tinha sido vendido para pagar as dívidas deixadas pelo monsenhor Giaume.

Foram retomados também os trabalhos para a conclusão do Santuário. Em 1934 a cúpula estava concluída. Em 1937 foi inaugurado o altar de Nossa Senhora. É de 1959 o novo altar mor e a conclusão da Cripta dos Soldados mortos.

Um pequeno pátio de forma quadrada, cercado de pórticos, cria um justo destaque entre a animada vida do bairro e o templo mariano. Entrando no quadripórtico, deparamo-nos com a fachada do Santuário. Um grande arco domina o frontispício apoiado sobre duas colunas e quase “protegido” por duas estátuas equestres representado o duque de Savoia Vitório Amedeo II e o príncipe Eugênio de Savoia, seu primo, comandante do exército imperial que ajudaram o duque a libertar Turim do cerco de 1706.

O vasto interior se eleva para uma ampla e alta cúpula. Logo à esquerda, o primeiro espaço guarda uma reprodução fotográfica da Síndone em tamanho natural.

Prosseguindo, vê-se o Trítico do Sagrado Coração, obra do pintor Henrique Reffo (1889). No centro está o Sagrado Coração de Jesus, à esquerda São José, à direita o Anjo da Guarda.

Enquanto se entra no transepto esquerdo, nota-se, à direita, um quadro de São Martinho, bispo de Tours. Esta pintura (Reffo, 1868) era a pala do altar da primeira capela do oratório São Martinho.

Num pequeno nicho transepto esquerdo foi posta uma estatueta de Nossa Senhora. Remonta aos tempos em que se estava ainda para começar a constrir a igreja. Foi colocada sobre um pequeno pedestal, no terreno em que devia ser construída a futura igreja, e benta no dia 1º de julho de 1887. Desde então os primeiros moradores começaram a venerá-la como Nostra Senhora da Saúde.

No fundo do transepto esquerdo um amplo arco (note, no alto, os dois anjos de Reffo), conduz à escadaria que conduz à Nossa Senhora da Saúde. O altar é obra do arqiteto Chioccarello, da Escola Reffo (1937). O quadro de Nostra Senhora da Saúde (1890) é de Henrique Reffo.

A cripta debaixo do altar de Nossa Senhora conserva os restos mortais dos soldados mortos na batalha de 1706. Aí se encontra também Mons. Giaume, fundador do Santuário.

A outra parede do transepto conserva um dos pequenos pilares, com a imagem da Consolata, que duque Vitório Amedeo II tinha feito colocar ao longo  das fronteiras entre franceses e italianos dois anos depois da vitória.

O quadro de Frederico Siffredi, que representa Nossa Senhora, Causa nostrae laetitiae, com São Filipe Neri e São Martinho, ornava o altar da nova igreja do oratório São Martinho, construída entre 1893 e 1894.

O arquiteto Chioccarello construiu também o altar principal (1959).

No transepto direito uma lápide lembra que também São Leonardo Murialdo entrou na história dessa igreja desde seus primórdios. No dia 2 de março de 1889 ele celebrava uma missa no altar da Consolata para «implorar a materna assistência de Nossa Senhora sobre o novo emprendimento» da construção do Santuário, tão suspirado por alguns de seus filhos espirituais. Na parede oposta outra lápide conserva a lembrança do fundador do Santuário, Mons. Carlos Giaume (1843-1929).

Nos fundos do transepto se chega ao túmulo de São Leonardo Murialdo. Seus restos mortais foram levados nesta igreja no dia 6 de junho de 1971, depois de terem ficado por muitos anos na igreja de Santa Bárbara.

Esta urna foi inaugurada no dia 24 de outubro de 1992. O projeto é do arquiteto turinês, José Giordanino. Os vitrais polícromos  que servem de fundo são do pintor das Marche, Oscar Piattela e foi fundida pela vidraçaria GIBO de Verona. O vermelho, em baixo acolhe os restos mortais de São Leonardo e depois sobe para o alto com pequenos fragmentos, como uma resposta do seu amor ao amor infinito e misericordioso de Deus. Através de uma série de blu mais ou menos profundos chega-se à calota hemisférica cheia de uma infinidade de cores, desde o verde luminoso ao esplendor do amarelo, quase símbolo do divino que atrai o amor humano (o movimento para o alto das chamazinhas vermelhas) e ao mesmo tempo desce para a humanidade (os “fragmentos” verdes e também amarelos que “descem” em forma de chuva) para cumulá-la de sua graça. Aos dois lados do vitral, alguns painéis do pintor turinês Luiz Togliatto Amateis caracterizam a vida e as atividades educacionais e sociais de São Leonardo Murialdo.

A base da urna está traçada com círculos concêntricos em mármore branco levemente sombreado e transmitem um sentido de simplicidade e de grande acessibilidade. A base de apoio que parece continuar o chão, os assentos ao redor… tudo convida a se aproximar. Diante de São Leonardo Murialdo pode-se ficar à vontade como em família. Realmente se saboreiam aqui as belas palavras que Paulo VI pronunciou a respeito de Murialdo: «Não é um homem distante e difícil, não é um Santo sequestrado da nossa convivência; é um irmão nosso, é um sacerdote nosso, é um nosso companheiro de viagem O qual, porém, se dele nos aproximamos, irá provocar em nós, certamente, aquele sentido de admiração devida às almas grandes» (3 novembro 1963).

O rosto e as mãos de Murialdo nessa urna são obra de João Gianese e Rômulo Felici, ambos romanos. Estes se inspiraram nas fotografias de São Leonardo Murialdo feitas ainda em seu leito, poucas horas depois da morte. O rosto esboça um meigo sorriso que emana paz e serenidade. Uma mão segura o crucifixo, a outra esboça uma bênção, sinal de saudação aos seus filhos, aos meninos pobres e abandonados, e a quem se detém aqui em oração.

A pintura que orna a parede esquerda do transepto é de Pedro Favaro (Escola Reffo, 1963) e representa Murialdo e seu apostolado entre os jovens.

Do mesmo lado, a escultura de São José Bento Cottolengo é obras de Anacleto Barbieri (Escola Reffo).

Uma outra pintura, à direita, igualmente de de Favaro (1968) representa Murialdo na glória.